quarta-feira, 21 de maio de 2008

1984 - TEXTO 3

1984


Esse texto foi feito e é também um resumo da obra de arte que é “1984”, produzido a partir de uma reflexão, uma comparação dentro do conceito de como a propaganda pode ser e é utilizada tanto na vida real como na ficção, se bem que a ficção aqui contida é para nós hoje em dia o que há de mais atual... Ela é pode ser vista por aqueles que estão dentro como algo real e natural [o que realmente está sendo], mas de um outro ângulo, o que há muitos anos atrás serviu de “inspiração” para o autor do livro “1984” George Orwell, esse tipo de manipulação, é nada além da pura realidade para a qual fechamos os olhos.

Eis onde surge o questionamento: “O que é certo, o que é verdade, o que é manipulação, o que é ou o que foi feito para nosso bem?”

Aspirando ao domínio total da população em regimes pautados por teorias conspiratórias e constantes apelos ao medo de ameaças externas e/ou internas, a propaganda nos regimes totalitários foi essencial para a conquista das massas. Seu objetivo final, em muitos casos quase que completamente alcançados, como nos regimes nazista da Alemanha e soviético da Rússia, era o controle total de corações e mentes de seus cidadãos compelidos a um tipo de pensamento uniforme e uma confiança cega em seus lideres. A oposição à linha dos que conduziam o Estado era desencorajada pela onipresente propaganda estatal ufanista e, geralmente, nacionalista, bem como aos sempre bem equipados organismos de repressão, semeando o terror através da ameaça constante de prisão, repressão violenta, banimento e eliminação física dos oponentes do regime. Estimulava-se a população a acreditar que os dissidentes eram não somente inimigos do regime, mas “inimigos do povo”.

Desta forma, o uso da violência é tido como parte da propaganda. E a primeira só vai substituir a segunda na medida em que a dominação vá se efetuando completamente, ou seja, à medida que a consciência coletiva seja domesticada a pensar de forma uniforme e, num ultimo instante, suprimida qualquer possibilidade de pensamento discordante. No intuito de alcançar esse nível de controle, foi estimulado na URSS e na Alemanha nazista o culto à personalidade dos lideres, tidos como infalíveis. Sua imagem era onipresente, estava espalhada por todos os cantos do país, e a eles eram atribuídos títulos como “guia genial dos povos” ou “farol do mundo”. Aos dissidentes, era reservado o Horror da repressão total e implacável, perfeitamente personificados na policia secreta e nos campos de concentração, presentes nos dois regimes citados.

Em 1984, George Orwell descreve situações vividas em um regime totalitário, em grande parte inspirado na URSS stalinista da época em que o livro, no qual o filme se baseou, foi escrito. No filme três grandes potências intercontinentais, a Oceania, a Eurásia e a Lestásia, mantinham-se em guerra constante e sem fim. Indivíduos (como era o caso de Winston Smith) não passavam de pobres peões manipulados por uma azeitada máquina estatal, controlada pelo partido Ingsoc e personificada no Big Brother, o Grande Irmão, que articulava sofisticadas técnicas de propaganda com uma eficiente política de dominação de consciências, hábil em detectar e suprimir com rigor qualquer possibilidade de dissidência. O ápice dessa política era o desenvolvimento de uma nova língua, destinada a disciplinar as pessoas para que raciocinassem cada vez menos e agisse de forma cada dia mais automatizada e uniformizada. Além dos intermináveis slogans alardeados pelos alto-falantes, os cidadãos de Oceania, (o complexo político-militar que unia os poderes ocidentais), não conseguiam esquivar-se da onipresente imagem da televisão que lhes cobrava irrestrita fidelidade ao regime. Enquanto a rádio oficial continuava a bradar os notáveis recordes de produção de ferro, aço e trigo, de fato, a pobreza circundava a todos. Era, por assim dizer, a miséria emoldurada pelo gás néon.

Os funcionários do Partido e demais cidadãos de Oceania (excluídos os proletários, que eram desprezados por serem inofensivos mergulhados que estavam em sua ignorância e alienação de meros trabalhadores braçais) eram constantemente convocados para participar das assembléias populares nas quais porções orquestradas de ódio eram ministradas pelos dirigentes e representantes diretos do carismático “Grande Irmão”, mobilizados contra Emanuel Goldstein, o seu maior inimigo ideológico. O rosto do chefe todo-poderoso, como se fora a ampliação de um totem tribal, encontrava-se por todos os lados: em cartazes, em pôsteres, ou nas telas do cinema ou da televisão. Como dizia o slogan: "O Grande Irmão te vigia". Winston, que se sentiu tentado em escapar daquela opressão, terminou sendo capturado e torturado no Quarto 101, (número do quarto do Neo e do Andar do Merovigian) equipado para aplicar os tormentos. Devidamente reciclado pelos guardiões da ordem totalitária, encerrou o seu tempo de vida mentalmente anestesiado. Mas mais do que isso: sentado numa mesa de bar, ouvindo pela tela mais uma noticia de quebra de recorde de produção, ele murmura emocionado um testemunho de amor ao Grande irmão. Corações e mentes conquistados, ao final.

Somos todos nós um ‘Winston Smith’ mentalmente anestesiado ou ainda temos uma chance de encontrar o ponto cego das nossas vidas?

Ética na propaganda - TEXTO 2

Texto sobre Ética elaborado para avaliação, feito por algumas mãos... minhas, das de Sofia... algumas correções, sugestões feitas por outras mãos... rsrsrs

A publicidade não é essencialmente ruim, não é verdade quando Millôr Fernandes afirma que a mesma não tem nenhum compromisso com a verdade e que seu objetivo “filosófico é a mentira”. Pode-se observar nesta declaração um misto de preconceito e desconhecimento da verdadeira função do publicitário, o que torna a afirmação injusta, pois sendo se assim fosse tamanha preocupação com regulamentações por parte da sociedade para os profissionais da categoria.

Como em quaisquer outras categorias, na publicidade existem profissionais éticos e não éticos. Mais especificamente: “existem dois tipos de publicitários”. Os sem aspas, como a grande maioria, são os que escolheram a profissão por talento e vocação. Entraram pela porta da frente. Os que são motivados pelo respeito, dedicação e amor. Eles têm o desejo de servir e de construir uma reputação no mercado. Já os com aspas são diferentes. Entraram pela porta dos fundos sorrateiramente pra ninguém perceber. Vale-se de alguns círculos poderosos do relacionamento para exercer mal sua influência (...) O negócio é levantar uma grana. É fazer caixa dois (...) São eles, esses publicitários com aspas, que em épocas de terremoto (...) aparecem pra macular nossa imagem. Nós que não temos tempo de tramar no sótão porque estamos trabalhando honestamente.” (CURY, 2006). Sendo assim, não é correto generalizar nas criticas ao profissional da publicidade, assim como não seria correto se nós, publicitário denominássemos a todos os jornalistas de mentirosos, ‘vendidos’, por conta de um ou dois mais, digamos assim, ‘tendenciosos’, por valerem-se em seus textos de mentiras ou meias verdades.

O que há sim, nos tempos atuais é uma maior preocupação com a veracidade da informação transmitida aos cidadãos pelos profissionais de publicidade no intuito legitimo vender seus produtos, empresas, e imagens. Isso apesar de grande parte da população ainda ser desinformada, o que impossibilita uma avaliação coerente e muitas vezes resvala em deturpações da mensagem original pretendida pela propaganda. Falta, enfim, uma melhor noção de “consumo responsável”. Não podemos, no entanto, descartar que o papel dos publicitários no significativo estímulo ao consumo, pois somos profissionais cuja função é despertar nas pessoas o desejo de consumir. Porém, a distinção entre bem e mal, eticamente falando, não unicamente na publicidade como em qualquer circunstancia da vida, é algo tão relativo que somente quando há uma associação prejudicial ela é aplicada. E isso levando em consideração o potencial de relevância de quem assim o é submetido e ou acometido por essa ação/ato, no caso aqui da propaganda na publicidade, “imposta ou exposta” pelo profissional.

A política, os governantes e freqüentemente o cidadão comum, contaminado pelo meio, são infratores dessas ditas “condutas de ética”, caminhando de mãos dadas com uma velha desculpa a de que “os fins justificam os meios. É baseado nessa premissa que muitos se utilizam da publicidade para mostrar apenas o que lhes é conveniente, mesmo que isso implique na ampla disseminação de “meias-verdades”. E é claro que os jornalistas como profissionais mais que qualificados que são devem denunciar. A propaganda hoje tanto quanto o jornalismo se tornou um meio, um veículo de prestação de contas para com a sociedade, justamente por conta da pressão exercida pelo jornalismo comprometido com a verdade e transparência para fazer valer os direitos do cidadão, a tão almejada “liberdade de expressão”. É essa liberdade de expressão e de “interpretação” que iguala o profissional do jornalismo e publicidade, se os jornalistas têm uma filosofia cujo objetivo é a verdade, os publicitários tem uma filosofia cujo objetivo é mostrar essa verdade dos mais variados pontos de vista, pois nenhuma verdade é única e absoluta. As nuances têm que ser respeitadas e analisadas.

O publicitário também fala a verdade nua e crua, na realidade, esse profissional é hoje em dia aquele que mais fala a verdade e consegue de maneira sutil ser entendido. A verdade, que pessoas são desonestas e fazem de tudo por qualquer coisa; a verdade que está ali do nosso lado e fingimos não ver; a verdade que o ser humano é egoísta e precisa ser para sobreviver num mundo capitalista que ele mesmo criou.

E em se falando de capitalismo, o mundo desse jornalista profissional tão comprometido e tão praticante dessa verdade não seria o que é hoje sem o tal publicitário que vende com muita maestria sua verdade que por soar tão “in” também está sofrendo os males da “falta de ética”, do mau julgamento.

Concluindo que ser um profissional ético nos tempos de hoje e falando da esmagadora maioria dos publicitários e jornalistas também, é algo extremamente relativo, aja vista só se preocupam com a verdade quando ela lhes é conveniente. Creio que a lógica do mercado geralmente tem mais peso que a "verdade" – da qual nem diria A VERDADE, mas ser honesto para com os argumentos, tentar ver o outro lado. Praticamente todos os veículos de informação estão a serviço de interesses diversos, e se preocupam mais em defender veladamente esses interesses do que em dar a noticia de forma honesta e, na medida do possível, "imparcial". Se todos nós, independentemente da profissão, agíssemos com imparcialidade, já estaríamos no caminha certo da ética.